"Você tem que ser cantadora e não cantora”
Essa frase acima faz parte de um repertório, um conjunto de frases, pensamentos e comportamentos machistas na capoeiragem.
Ao fim do texto falaremos um pouco sobre!
Minha caminhada pelo USA é algo que sempre estará armazenada na memória afetiva e musical, saudosos momentos na Califórnia, Utha e na Louiziana.
Estes sensíveis registros partem do olhar de uma mulher, a fotógrafa @pamelacandido.photos
Na bela cidade rodeada de montanhas, Salt Lake City no estado de Utah. Fui convidado pela amiga Professora @_mandingueira
Nesse momento trabalhávamos o segundo elemento fundamental da música, a melodia, o canto.
Foi muito especial pois iniciamos com uma bela reflexão, o ato de ninar, um saber ancestral das matriarcas, memória afetiva.
A cantiga em prática era “Babacundê”, a vovó.
Aos poucos em coletivo avançamos, as nuances, subidas e descidas musicais surgiam a cada momento. Laboratório!
As crianças trazem timbres “encantantes” os adultos passam a perceber que o processo é lento e cuidadoso, necessitamos juntos regressar à nossa memória infantil. Ignorar o nosso ego e permitir o desapego. Pronto, acessamos!
Em breve será disponibilizado trecho em vídeo desse momento que ficará para sempre na memória coletiva de cada um de nós que permitimos esse acesso.
A frase acima: “Você tem que ser cantadora e não cantora”
Desde que a capoeira se organizou cada vez mais e por seus gestores serem homens, inevitável de um machismo perverso ter se instalado ainda mais nos padrões, nas regras.
A Musicalidade é um elemento muito mais profundo que pensamos, pode nos levar em um estado de graça, as boas energias, mas também pode desmotivar, e causar até traumas. E por favor! Não confunda ADRENALINA com boa energia.
Em nosso Grupo de Estudo - Musicalidade Consciente, aconteceram algumas vezes situações reveladoras desse comportamento.
Eu pedia uma mulher para cantar ao término da cantiga, aprofundamos no assunto, aconteciam as trocas e orientações, todas as vezes quando vinham os elogios, acontecia o choro, isso mesmo elas choravam.
São os momentos machistas e de uma IGNORÂNCIA musical do homem, que ficam armazenadas na memória do ser feminino.
Primeiramente saibam que mulher e homem estabelecem tons diferentes.
Enfim! Aqui agora não será possível aprofundarmos nesse tema, mas é isso que acontece.
Quando permitirmos uma sensibilidade musical e consciente, traremos muito menos traumas para a prática da musicalidade na Capoeira.
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